YOLANDA BOTELHO

YOLANDA  BOTELHO
EU,YOLANDA

Este "meu" Desassossego...

Tudo quanto fazemos, na arte ou na vida, é a cópia imperfeita do que pensámos em fazer. Desdiz não só da perfeição externa, senão da perfeição interna; falha não só à regra do que deveria ser, senão à regra do que julgávamos que poderia ser. Somos ocos não só por dentro, senão também por fora, párias da antecipação e da promessa

Fonte: "Livro do Desassossego"
Autor:

Fernando Pessoa


Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir - é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida

Fonte: "Livro do Desassossego

Autor: Fernando Pessoa




quarta-feira, 12 de agosto de 2009

AS PALAVRAS

AS PALAVRAS

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade

1 comentário:

  1. Belissimo poema de Eugénio.Adoro. Partilho contigo esta frase de Eugénio. O verde dos bambus mais altos é azul ou então é o céu que pousa nos seus ramos. Talvez te inspire um quadro.Beijinhos

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