E mais uma vez,
volto para a névoa
dos meus pensamentos
como uma janela que bate.
Caio na solidão
acompanhada....
por todas as dúvidas,
por todos os silêncios,
como uma estação
abandonada,
de onde partiram
muitos comboios
mas onde nunca nenhum chegou.
Sentada num banco vermelho,
espero, envolta na beleza
que sei que espalho.
Sou o espelho partido da lembrança
eternamente só....
porque deslumbrando ,firo,
a quem se aproxima, mansamente,
sem trazer mais nada
senão uma rosa na mão
para me oferecer.
Sentada neste banco vermelho que é a vida....
ainda espero....a rosa,
a mão estendida.
YOLANDA
YOLANDA BOTELHO
Este "meu" Desassossego...
Tudo quanto fazemos, na arte ou na vida, é a cópia imperfeita do que pensámos em fazer. Desdiz não só da perfeição externa, senão da perfeição interna; falha não só à regra do que deveria ser, senão à regra do que julgávamos que poderia ser. Somos ocos não só por dentro, senão também por fora, párias da antecipação e da promessa |
Fonte: "Livro do Desassossego" Fernando Pessoa |
Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir - é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida |
Fonte: "Livro do Desassossego Autor: Fernando Pessoa |
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
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